Catarina + Journaling = Uma história de amor
Esta que vos escreve é uma apaixonada por livros, por leitura e por escrita, mas isso acho que já adivinharam pelo simples facto de ter aberto uma livraria-café com o meu marido. Esta, a Story Owl, em cujo site te encontras agora. O que podes não saber é que sou uma journaling queen, também apaixonada pela prática de journaling e pelos benefícios que ela tem para a saúde mental. E, vá, também adoro a componente criativa que pode ou não estar associada à escrita de um journal.
Eu cresci a escrever em journals, que agora é a palavra cool para diários. Se a memória não me falha, tive o meu primeiro diário aos sete anos. Escrevi-o de uma ponta à outra, bem como os outros dois que se seguiram. Estes três “volumes” de diários que vês nesta fotografia testemunharam o meu crescimento dos sete aos quinze anos. E, oh, tanta coisa mudou nesses oito anos! Gostava que soubesses o quanto me divirto a relê-los quando a nostalgia ataca.
Para além dos problemas infantis, das dores de crescimento adolescente e da documentação dos primeiros amores, também é giro ver como a minha letra mudou ao longo do tempo. Ainda hoje continua a mudar. Tudo muda, nada permanece inalterado, mas por vezes a memória prega-nos partidas e esquecemos episódios engraçados ou marcantes das nossas vidas. É aqui que entram os nossos diários, esses repositórios de memórias, qual Pensatório do Dumbledore na saga Harry Potter.
A partir dos meus quinze anos, acabou-se a escrita em diários como os conhecia. Durante demasiado tempo considerei que tinha realmente deixado a prática de journaling, mas pensando bem, ela apenas se alterou e tomou diferentes contornos.
Tive a fase dos blogs pessoais e dramáticos de adolescente e tive a fase dos cadernos em que escrevia um misto de textos pessoais e de letras de música que inventava, bem como poemas, mais colagens e até alguns desenhos. Física ou digitalmente, este tipo de escrita sempre me acompanhou. E apesar de ter tido alguns blogs desde os meus 15 anos, foi aos 21 que criei aquele que ainda hoje alimento com textos e fotografias de momentos marcantes da minha vida, de pensamentos mais filosóficos ou mesmo de desabafos: o Joan of July.
Porém, em 2019, algo mudou. Continuava a adorar o meu cantinho na web para contar as minhas histórias, mas comecei a sentir falta de algo mais privado, algo só meu, longe de olhos alheios. Isto teve origem por volta da altura em que tive um acidente aparatoso durante uma atividade de teambuilding, que resultou numa fratura de tornozelo e que necessitou de duas cirurgias e dezenas de sessões de fisioterapia, com direito a uma separação após uma relação muito longa e consequente divórcio após apenas quatro meses de casamento.
Quem não teria vontade de desabafar depois desse turbilhão de emoções, certo? A verdade é que essa vontade começou ainda antes do acidente, mas – claro -, foi exacerbada após esse acontecimento transformador.
Nesta fase da minha vida, dedicar-me ao journaling não passou apenas por escrever, mas também por consultar aquilo que já foi escrito para trás. Numa altura em que me sentia tão pouco alegre e optimista, fez-me bem relembrar as coisas boas que 2019 já me tinha proporcionado e então surgiu-me uma ideia: reforçar a parte da memória no meu journaling futuro de uma forma mais visual.
Se formos a uma peça de teatro inesquecível, vamos colar o bilhete no journal. Se fomos ao cinema com alguém importante para nós ver um filme que nos marcou, vamos colar esse bilhete também. Um concerto? Idem. Um passeio na natureza num dia particularmente inspirador para nós? Porque não colocarmos umas folhas lá também? Estes são apenas exemplos de pequenas coisas que podemos fazer para tornarmos os nossos journals mais visualmente apelativos, mais emocionais até, mas há muito mais e coisas ainda mais criativas!
Este meu apreço pela prática de journaling levou-me a criar um projeto, uma marca, a Blume Creativity. No âmbito dela, crio e vendo baralhos de cartas que funcionam como prompts, meditações e desafios para iniciarmos ou melhorarmos a nossa prática de journaling e para melhorarmos também a nossa auto-estima e bem-estar.
Alguns desses baralhos encontram-se à venda no site da Blume Creativity e na loja física da Story Owl.
E é precisamente por ter agora a Story Owl que quero trazer até ela coisas que me apaixonam, ou seja, transformar este trabalho numa inspiração sem fim. O workshop de Journaling Criativo que vai acontecer aqui, na Story Owl, no dia 17 de outubro, vem precisamente da partilha desta paixão com a minha amiga Tânia Carvalho. A Tânia é fotógrafa, especializada em casamentos e fotografia de casal, mas é uma alma criativa que transcende áreas e quem vier ao nosso workshop vai poder comprová-lo na primeira pessoa.
